Genealogia de Jesus [introd.]
9 de fevereiro de 2013 2 Comentários
Leia: Mateus 1:1-17 e Lucas 3:23-38
Comparação
A genealogia de Mateus, segundo inúmeros estudiosos, segue a linhagem de José. Podemos perceber neste evangelho que a genealogia de Jesus trata de seu direito ao trono de Davi, e que está dividida em três grupos de catorze nomes cada grupo, conforme vemos em Mateus 1:17. Diferente de Mateus, Lucas enfileira cinquenta e seis nomes retrocedendo até Adão, passando por Abraão, quanto que em Mateus o retrocesso chega até, somente, Abraão. Percebemos algumas diferenças como: (a) os nomes Neri em vez de Jeconias, que aparece como pai de Salatiel; (b) a descendência de Jesus passa por Nata em vez de Salomão, como diz em Mateus; (c) o retrocesso de Lucas provavelmente tenha sido para mostrar a universalidade de Jesus. Tudo isso são tentativas de explicar as diferenças entre os dois evangelhos, entretanto, o que parece unânime dizer é que uma genealogia é de José e a outra de Maria. A genealogia transcrita como se fosse de Maria é a de Lucas e consequentemente a de José, como falamos, está em Mateus.
Lucas desejava salientar o caráter universal de Jesus Cristo. Ele aparece como filho de Adão, ou seja, filho do homem, salvador universal e não meramente filho de Abraão, isto é, Messias judaico. Jesus aparece assim como que um segundo progenitor da raça humana, o progenitor espiritual. Isso também é enfatizado por Paulo, no trecho do quinto capítulo de Romanos. Em Mateus os métodos usados são os dos rabinos e o período da promessa inicial a Abraão, pela qual a religião judaica foi realmente fundada, até o nascimento do messias é apresentado como setenta semanas de anos ou três vezes catorze gerações, o que é a mesma coisa. Assim, no tempo exato e próprio da profecia, bem como, da linhagem de Davi – verdadeiramente o filho de Davi- Jesus, chamado o Cristo, nasce. Um aspecto curioso da genealogia foi o aparecimento de nome de três mulheres já que normalmente não aparecem em genealogias judaicas. O evangelista quis desarmar os críticos Judeus sobre o nascimento de Jesus mostrando que uniões irregulares eram divinamente aceitas na ascendência legal do messias. Rute era moabita, Raabe prostituta e Tamar adúltera. Ainda em Mateus a outra notável passagem, encontrada num importante grupo de manuscritos gregos, refletidos em alguns manuscritos das versões latinas antigas, diz que Jacó gerou a José, de quem Maria, a virgem, sendo desposada, deu a luz Jesus, chamado Cristo. Isto representava uma tentativa de ressaltar mais claramente, do que o texto comum, à virgindade de Maria ao tempo em que Jesus nasceu.
por Douglas Weege
Muito boa sua abordagem… não sou especialista no assunto mas gostei de ler sobre o tema…
Obrigado Luciano… É só uma introdução sucinta, voltaremos a falar das duas narrativas…